"Se você tivesse acreditado nas minhas brincadeiras de dizer verdades, teria ouvido muitas verdades que insisto em dizer brincando... Falei, muitas vezes, como um palhaço, mas nunca desacreditei da seriedade da platéia que sorria."
(Charles Chaplin)

sábado, 3 de dezembro de 2011

Sobre o texto '' como filosofar com o martelo'' de de Nietzsche.

           Nesta obra, Nietzsche se propõe a desmascarar velhos ídolos da cultura ocidental, ou seja, velhas noções tidas como verdades incorruptíveis, nos mais diversos campos culturais como a religião, a moral e a ciência. 
Na verdade, o que Nietzsche queria dizer com filosofar com o martelo ou filosofar a marteladas é o seguinte: trata-se de uma metáfora, na qual Nietzsche filosofa como alguém que utiliza um martelo para investigar a partir do som que produzem se determinados ídolos de madeira tem, de fato, algum conteúdo ou se na verdade,"são ocos".
Ou seja, tratam-se de revisitar certos valores culturais disseminados e determinar quais deles são apenas conceitos vazios.
Portanto, para se "filosofar a golpe de martelos" deve-se encarar todas as verdades admitidas pela cultura como ídolos de madeira que devem ser golpeados para revelar seu conteúdo (ou a falta dele).

    


Capa da obra "Crepúsculo dos Ídolos" 
ou "Sobre Como Filosofar com o Martelo" 
de Nietzsche.

     









Esse é o link do livro http://pt.scribd.com/doc/7183388/33/COMO-FILOSOFAR-COM-O-MARTELO , espero que possam dar uma lida. 


Postado por João Barreto

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

O que é “discutir a verdade” em filosofia?


Começo pelo episódio de Pedro. “E passada quase uma hora, um outro afirmava, dizendo: também este verdadeiramente estava com ele, pois também é galileu. E Pedro disse: homem, não sei o que dizes. E logo, estando ele ainda a falar, cantou o galo. E, virando-se o Senhor, olhou para Pedro, e Pedro lembrou-se das palavras do Senhor, como lhe havia dito: antes que o galo cante hoje, me negará três vezes”. Era então a terceira vez que Pedro, ao ser reconhecido como amigo de Jesus, mentia, afirmando que não conhecia seu mestre.
Pedro, o homem que fundou a Igreja de Jesus, o incorruptível, era de fato um corrompido, um grande mentiroso? Pedro foi, sem dúvida, naquele momento, um fraco. Um covarde. E certamente, naquele momento, um mentiroso.
O que caracteriza a mentira?
Jacques Derrida nos lembra a diferença entre o que é mentira e o que é falso. Ele tem de retomar Santo Agostinho para tal, pois é somente a partir de uma perspectiva em que alguma subjetividade está envolvida que a mentira pode se dar. O que vale para Santo Agostinho vale para Derrida: o que conta, para dizer que uma expressão é fruto do ato de mentir, é a intenção de quem a diz. A frase é de Agostinho: ‘não há mentira, apesar do que se diz, sem intenção, desejo ou vontade de enganar’ (Apud Derrida, 1996, p. 10). Derrida diz que “a mentira depende do dizer e do querer dizer, do ato de dizer”, ela “permanece independente da verdade ou falsidade do conteúdo”, ou seja, “daquilo que é dito” (cf. Derrida, 1996, pp 9-11).
Pedro foi mentiroso, porque intencionalmente queria se livrar de Jesus no momento em que, estando seu mestre preso, ele foi apontado como seguidor e, então, viu que poderia também cair em desgraça como subversivo. Mas a noção de falsidade e de verdade não cabem a Pedro, somente ao conteúdo de seu enunciado, de sua sentença: “Homem, não sei o que dizes”. O que Derrida nos ensina é que o enunciado “Homem, não sei o que dizes” é contrastado com outro enunciado, “também este estava verdadeiramente com ele, pois também é galileu”. O que tomamos como estando em jogo, neste caso, são enunciados e, portanto, verdade e falsidade. Embora eles tenham sido pronunciados por homens, um que acusa e outro que se escusa, tais enunciados podem ser desligados de quem os enunciou e se colocarem um contra o outro. Se assim é, o enunciado de Pedro, “homem, não sei o dizes”, será dito como verdadeiro ou falso. Mas se o enunciado é acoplado a uma intenção (o desejo de Pedro de se livrar de Jesus naquele momento ou a tentativa de Pedro de enganar os que o reconheceram), então o enunciado pode ser mentira ou verdade.
No estudo filosófico da verdade, um primeiro ato pode ser o de distinguir os pares falso-verdadeiro e mentira-verdade. Um segundo ato pode ser o de lembrar que certas correntes filosóficas estão menos interessadas em tal distinção do que em investigar a “natureza da verdade”. Aqui, não é o caso de Pedro e seu acusador, mas de Jesus e Pilatos.
“Disse-lhe, pois, Pilatos: logo, tu és rei? Jesus respondeu: tu o dizes que eu sou rei. Eu para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade, ouve a minha voz. Disse-lhe Pilatos: que é a verdade? E, dizendo isso, tornou a ir ter com os judeus, e disse-lhes: não acho nele crime algum”.
Pilatos não podia mesmo ver crime algum. Como o diálogo foi conduzido, importava menos para ele mentiras e verdades, mas sim uma questão metafísica: “o que é a verdade?”. A verdade da verdade – eis o que está em pauta aqui. Ao levar o rumo da conversa para tal encruzilhada, propositadamente, pois ele parecia quer livrar Jesus (ou, ao menos, se livrar do problema), Pilatos não tinha razão para continuar, levantou-se e foi dizer aos judeus que ele não estava encontrando falta alguma em Jesus.
Filosoficamente, a natureza da verdade está relacionada, direta ou indiretamente, às “teorias de verdade”. As teorias tradicionais ou metafisicamente fortes são as que parecem querer explicar o que poderia alimentar respostas à questão “o que é a verdade?”. Muitas vezes, tais teorias respondem positivamente, outras vezes criam grandes enredos para induzir o leitor a captar a noção discutida. As teorias não substantivas de verdade (ou não-metafísicas, ou metafisicamente fracas), por sua vez, tendem a criar descrições de como ocorre na linguagem a participação do termo “verdade” e/ou “verdadeiro” (cf. Blackburn, 1999).

Postado por Israel

domingo, 27 de novembro de 2011

A Verdade é Relativa? (Um diálogo entre Sócrates e Protágoras)



Protágoras: A verdade é relativa. É somente uma questão de opinião.
Sócrates: Você quer dizer que a verdade é mera opinião subjetiva?
Protágoras: Exatamente. O que é verdade para você, é verdade para você, e o que é verdade para mim, é verdade para mim. A verdade é subjetiva.
Sócrates: Você quer dizer realmente isso? Que minha opinião é verdadeira em virtude de ser minha opinião?
Protágoras: Sem dúvida!
Sócrates: Minha opinião é: A verdade é absoluta, não opinião, e que você, Sr. Protágoras, está absolutamente em erro. Visto que é minha opinião, então você deve conceder que ela é verdadeira segundo a sua filosofia.

Protágoras: Você está absolutamente correto, Sócrates.


Postado por Israel

sábado, 26 de novembro de 2011

O que temos são "várias verdades"?

E se o que temos são "várias verdades", então o que vai dizer que uma coisa é válida ou não?

 Isto levou Michel Foucault, por volta de meados da década de 60 em seus estudos sobre o poder, a perceber que as ditas "verdades oficiais" assim o são porque são produzidas por "instituições reconhecidas". Isto por sua vez, envolve o poder de se fazer digno de crédito. Daí, ele identifica que as verdades são produzidas por mecanismos de poder: verdade é poder.Você nunca parou para pensar no quanto certos absurdos são facilmente aceitos por uma massa de pessoas apenas porque foram ditos por uma fonte em que tais pessoas depositam confiança? Enquanto muitas vezes coisas sensatas são ditas por minorias e ninguém põe fé.

Postado por Victor.

O que alguns filósofos, pensam do significado da Verdade


                Platão pressupõe e define o que seria o discurso verdadeiro na obra Cratilo: "Verdadeiro é o discurso que diz como as coisas são; falso é o que diz como elas não são" (385b.). Para Platão a verdade se aplicava primeiro ao objeto, ou ao sujeito, e depois ao enunciado.


            Foi Aristóteles quem enunciou os dois teoremas fundamentais desta compreensão de verdade. O primeiro deles é de que a verdade estaria no pensamento ou na linguagem, e não no ser ou na coisa. A segunda premissa é de que a medida da verdade, ou sua verificação, é exterior a ela; estaria presente no ser, na ação, e não no pensamento ou no discurso produzidos sobre eles.
            Desta forma Aristóteles utilizou de forma clara pela primeira vez a expressão lógica ou expressão semântica da verdade. A relação aristotélica entre enunciado e coisa é caracterizada como de correspondência, embora também tenha embutidos os conceitos de adequação e conveniência.

Postado por Kariny

Portador da verdade


           Os filósofos chamam qualquer entidade que pode ser verdadeira ou falsa de portador da verdade. Assim, um portador da verdade, no sentido filosófico, não é uma pessoa ou Deus.
            Para alguns filósofos, alguns portadores da verdade são primitivos; outros são derivados. Filósofos dizem, por exemplo, que as proposições são as únicas coisas literalmente verdadeiras. Uma proposição é uma entidade abstrata a qual é expressa por uma frase, defendida em uma crença ou afirmada em um juízo. Nossa capacidade de apreender proposições é a razão ou entendimento. Todas essas manifestações da linguagem são ditas verdadeiras apenas se expressam, defendem ou afirmam proposições verdadeiras. Assim, frases em diferentes línguas, como por exemplo o português e o inglês, podem expressar a mesma proposição. A frase "O céu é azul" expressa a mesma proposição que a frase "The sky is blue".
          Já para outros filósofos proposições e entidades abstratas em geral são misteriosas, e por isso pouco auxiliam na explicação. Por isso tomam as frases e outras manifestações da linguagem como os portadores da verdade fundamentais.
             Ou seja a verdade para a filosofia e uma coisa única e contraditoria pela Mentira.

Postado por João Barreto

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Interesses da verdade

Ditos, escritos e lendas falam dos extraterrestres no nosso planeta ensinando os homens nos primórdios da civilização.
Teriam encerrado os trabalhos, faliram ou desistiram?
Uma questão ficou pendente: a resolução de conflitos.
Ou teria ela ocasionado a debandada dos marcianos e dos venusianos.
Ora, eles mesmos poderiam ter voltado aos seus planetas para ver se chegavam a um acordo com relação à educação da raça humana.
Quando o homem está só, temos o aflito: Gosto do azul, mas me cai bem o preto.
Pedi o amarelo, ela quer o vermelho: Pronto, quando pelo menos dois antagônicos se encontram está formado o conflito.
Essa questão no convívio é extremamente complexa.
Pedro deu uma sugestão, todos gostaram, ganhou pontos com o chefe e chamou a atenção sobre suas qualidades, quem sabe para aquele cargo para o qual procuram um gerente.
- Alguém concorda, discorda, tem alguma idéia – perguntava a chefe.
Paulo, brilhante, genial, aponta o caminho definitivo e ainda tem o pessoal qualificado!
Perder a gerência?  Jamais – Pensa Pedro.
Ele sabe que a sugestão de Paulo é melhor que a dele?
Sem dúvidas!
Sabe também que ao se mostrar incomodado terá a gerência e a chance de enterrar Paulo e suas idéias?
Com certeza!
As idéias estão mortas. Paulo, se resistir, também.
Conflito? Não, interesse...
E Paulo?
Terá que avaliar seu poder de argumentação e os interesses do grupo que formarão as verdades para condução do processo.
Os caminhos foram expostos, a negociação, que evita ou resolve conflitos não está no palco, é um recurso para decisão. Talvez não. Depende de Paulo.
Sim, seu pronunciamento pode classificá-lo como determinado ou encrenqueiro.
E Pedro?
Um lutador ou revoltado!
Por que são?
Talvez sim, talvez não!
Quem sabe foram feitos...
A questão tem um foco complexo. O que interessa e a quem interessa.
Queremos a verdade!
E o que é a verdade?
Para Nietzsche  a verdade é um ponto de vista.
Complexa, a filosofia a estuda de muitas maneiras:

  • A metafísica – ramo da filosofia que estuda a essência do mundo - se ocupa da natureza da verdade.

  • A lógica - ramo da filosofia que cuida das regras do bem pensar -  se ocupa da preservação da verdade.

  • A epistemologia - ramo da filosofia  que trata dos problemas  relacionados com a crença e o conhecimento -  se ocupa do conhecimento da verdade.

Reconhecida, como é tratada?
Como verdade.
Reconhecida no íntimo, mas em público quantas vezes negada!
E a turba, convencida, enganada ou interessada grita: - Foi ele!  Essa é a verdade...
Que não negue! 
Quantas vezes não se fez a justiça, com injustiça.
E a verdade?
Continua presente e soberana!
E os atos?
Reflexos da verdade ou interesses de cada um.
Como entendê-los?
O caminho é simples e reto, seu conhecimento tortuoso e complexo.
Teremos, sempre, todas as respostas desvendando os mistérios da verdade do interesse e do interesse da verdade!

Postado por Melanie